quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Anta (Tapirus terrestris)


O bicho enorme vai despedaçando cipós e folhas, enquanto corre pela vegetação densa da mata. Logo atrás vem outra anta, um pouco menor, e a correria prossegue assim movimentada, para terminar num encontro brutal e violento. Que briga é essa?
  Não chega a ser propriamente uma briga, embora pareça. É apenas o acasalamento, que ocorre uma vez cada dois anos entre as antas, pouco antes da estação das chuvas. fora dessa época, é muito difícil avistar antas aos pares, e muito menos em bando. São animais solitários e noturnos, de ouvidos e olfato muito aguçados, essenciais à sobrevivência.
  Muita gente a chama de tapir, um nome dado pelos indígenas brasileiros e que acabou adotado na maior parte do mundo, inclusive nos tratados de zoologia. Com seus 2 metros de comprimento por 1 de altura, é o maior animal terrestre do Brasil.
  Na floresta americana, do México até a Argentina, as antas que conseguem escapar do ataque das onças e do homem passam uns 30 anos comendo brotos, raízes e folhas. Mas, se tiver oportunidade, penetram em plantações de cana e de caca, alimentos que parecem exercer forte atração sobre elas. Logo depois voltam à água, de algum rio próximo, arregaçam a tromba curta e bebem água em enormes quantidades.

A onça cai sobre o lombo da anta, quando ela vai passando pela trilha que conduz a água. Mas a presa às vezes escapa: sai correndo com a onça agarrada às costas e mete-se por baixo de troncos que as vezes consegue desmontar a fera.

O curto fôlego da anta não lhe permite sustentar uma corrida por muito tempo. Quando acuada, abaixa a cabeça e investe silvando contra os atacantes, para lutar com mordidas ferozes, até o fim.
Além da anta comum no Brasil, existem mais 2 espécies americanas (uma nos Andes outra na América Central) e também uma espécie asiática, que só mostra diferença básica na pelagem.
Embora costumem vaguear pela floresta, à procura de raízes, brotos, frutos e folhas, que constituem seus alimentos principais, as antas nunca se afastam muito da água. E, no vaivém diário entre a água e a mata, acabam por abrir uma picada no mato, por onde passam regulamente. Quando perseguidas, correm sempre pela mesma trilha rumo ao refúgio aquático, o que facilita a tocaia dos caçadores. 



Uma anta adulta pesa uns 300 quilos, em média, o que representa carne abundante e saborosa. Por isso, algumas tribos domesticam o bicho. Também na civilização há quem estude a possibilidade de criá-las com fins pecuários.

As antas passam a maior parte do tempo imersas na água, onde nadam muito bem. Segundo parece, o calor de seu habitat e comichão constante dos parasitas de pele tornam muito importante o refrigério. 

A cada 2 anos, a fêmea dá a luz um filhote (raramente, dois). Nos primeiros 6 meses de vida, a cria apresenta essa pelagem estriada; depois, ocorre a muda e o bicho fica independente.



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